Cofen lança Perfil da Enfermagem no Rio de Janeiro

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11,5% dos profissionais cariocas relataram situações de desemprego nos últimos 12 meses

A enfermagem hoje no país é composta por um quadro de 77% de técnicos e auxiliares e 23% de enfermeiros. A conclusão é da pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, cujos resultados também apontam desgaste profissional em 64,2% dos entrevistados e grande concentração da Força de Trabalho na Região Sudeste (mais da metade das equipes consultadas). O mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina é inédito e abrange um universo de mais de 1,8 milhão de profissionais. O estudo foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), com apoio dos Conselhos Regionais de Enfermagem,

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área de saúde compõe-se de um contingente de 3,5 milhões de trabalhadores, dos quais cerca 50% atuam na enfermagem (cerca de 1,8 milhão). A pesquisa sobre o Perfil da Enfermagem, realizada em aproximadamente 50% dos municípios brasileiros e em todos os 27 estados da Federação, inclui desde profissionais no começo da carreira (auxiliares e técnicos, que iniciam com 18 anos; e enfermeiros, com 22) até os aposentados (pessoas de até 80 anos).

“Traçamos o perfil da grande maioria dos trabalhadores que atuam do campo da saúde. Trata-se de uma categoria presente em todos os municípios, fortemente inserida no SUS e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino. Isso demonstra a dimensão da pesquisa, que não contempla apenas os que estão na ativa, mas a corporação como um todo”, comenta a coordenadora-geral do estudo e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria Helena Machado.

A pesquisa foi encomendada pelo Cofen para determinar a realidade dos profissionais e subsidiar a construção de políticas públicas. “Este diagnóstico detalhado da situação da enfermagem brasileira é um passo necessário para a transformação da realidade”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri.

 

Qual é o Perfil da Enfermagem no Rio de Janeiro?

A pesquisa foi realizada em todo o Estado do Rio de Janeiro, ouvindo auxiliares, técnicos e enfermeiros, com abrangência de mais de 230 mil profissionais. A enfermagem hoje no Rio de Janeiro é composta por um quadro de 80,9% de técnicos e auxiliares e 19,1% de enfermeiros.

 

Onde trabalham

No quesito mercado de trabalho, 70,1% da equipe de enfermagem encontra-se no setor público; 29,2% no privado; 1,4% no filantrópico e 9,8% nas atividades de ensino.

No Rio de Janeiro, 69,7% da equipe de enfermagem declaram desgaste.

 

Renda mensal

Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 2,8% de profissionais na equipe recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra um percentual de 13,6% de pessoas que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000, ou seja, estão em condições de subsalário.

Dos profissionais da enfermagem, a maioria (53,7%) tem apenas uma atividade/trabalho.

Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem (público, privado, filantrópico e ensino) apresentam subsalários. O privado (22,8%), o filantrópico (32,7%), o público (10,6%) e o de ensino (11,3%) praticam salários com valores de até R$ 1.000.

 

Masculinização

A equipe de enfermagem no Rio de Janeiro é predominantemente feminina, sendo composta por 82,3% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 17,6% dos homens, acima, portanto, da média nacional (14,4%). “Pode-se afirmar que na enfermagem está se firmando uma tendência à masculinização da categoria, com o crescente aumento do contingente masculino na composição. Essa situação é recente, data do início da década de 1990, e vem se firmando”, afirma a coordenadora.

 

Profissionais qualificados acima do exigido

O desejo de se qualificar é um anseio do profissional de enfermagem no Rio de Janeiro. Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, o que significa dizer que 43,9% de todo o contingente, fizeram ou estão fazendo curso de graduação. Esse percentual é o maior encontrado para a Região Sudeste.

 

Desemprego aberto

A área já apresenta situação de desemprego aberto, com 11,5% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses. Dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 65,9% desses profissionais.

 

Concentração na capital

No Rio de Janeiro, a metade da equipe de enfermagem (50%) se concentra na Capital.

 

Fonte: Cofen / Fiocruz

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