O Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), está empregando, há cerca de cinco meses, a radioembolização, também denominada Yttrium-90, no tratamento de câncer hepático. A técnica, pioneira no Brasil mas já usada convencionalmente em centros de saúde da Europa e dos Estados Unidos, consiste na aplicação, no tumor, de microesferas contendo o princípio radioterápico isótopo de ítrio.
Por meio de um cateter introduzido via artéria femoral, as microesferas chegam às lesões hepáticas, que são combatidas internamente pela radiação emitida. Como se concentra no interior das lesões tumorais, a radioembolização poupa o fígado, que apresenta baixa tolerabilidade à exposição por radiação, o que impossibilita o uso da radioterapia convencional na maioria dos casos. O Yttrium-90 pode, ainda, ser combinado a outras estratégias, como a cirurgia e mesmo a quimioterapia.
Havendo a indicação médica, a aplicação ocorre em um mês, a partir da importação da substância. A terapia acontece em duas fases. Na primeira, é feito um estudo dos vasos do fígado e das lesões tumorais. Na segunda, com um intervalo mínimo de uma semana, as microesferas radioativas são aplicadas, de acordo com o que foi planejado na fase anterior.
O procedimento é realizado por radiologistas intervencionistas, em uma sala do Centro de Intervenção Guiada por Imagem, não exige internação e é acompanhado por uma equipe multidisciplinar composta por médicos da área de Medicina Nuclear e da Oncologia. “O uso da radioembolização possibilita mais uma opção real no controle ao paciente que tem doenças responsivas”, explica Dr. Frederico Costa, do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês.
O tratamento é complexo, de alto custo e está sendo adotado apenas em casos específicos de tumores e metástases hepáticas que já não respondem aos procedimentos tradicionais.
FONTE: Hospital Sírio-Libanês
